sexta-feira, 1 de junho de 2012

HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA!

 
 Hoje literalmente chorei! Fazia algum tempo que não me saia lágrimas, devido á dureza de coração, sempre culpo minha profissão, por não ser capaz de expressar tal sentimento. Á enfermagem lida com morte, doenças, sofrimento e dor, muita dor e além de tudo perdas, com o passar do tempo se parece com feridas que vão cicatrizando, o profissional acaba desviando o foco, como uma defesa ou fuga da situação para evitar muitas das vezes, até de relacionar com as pessoas que de alguma forma ou são enfermas ou acompanham o doente.
  Então me deparei com á história de uma senhora, semblante firme e decidida e sem pudor começou á me contar; á mais ou menos 10 meses havia perdido o filho mais velho em um acidente, o jovem saia do quartel  e inadvertidamente atravessou á Avenida Guaicurus onde pegaria uma carona com um amigo, infelizmente á morte veio e o levou. O soldado tinha 18 anos, iria no final do ano participar de uma missão no Haiti, mas tragicamente mudou o curso da história.
  Segundo á mãe, sempre foi um menino alegre e companheiro, cuidava da mãe e de dois irmãos mais jovens, zeloso pela família e com os amigos. A conversa foi rápida mas o suficiente para me sensibilizar, antes do acontecido o jovem falara com a mãe, que iria realizar uma viagem e que a mãe ficaria bem, á mãe sem entender disse; Filho você vai para o Haiti, até se inscreveu! Não mãe, antes preciso fazer essa viagem, mas tudo vai dar certo! No dia da morte, parecia o fim, mas corajosamente e lembrando das palavras do filho, ela teve que se superar, o que á tranquilizou, ele era um "Anjo", cumpriu sua missão e simplesmente, Deus o chamou.
  Quase me desabei á mesa! Ouvindo ela contar essa história, alguns meses depois, surgiu em sua porta, uma mulher que dizia ser amiga do seu filho, que haviam estudados juntos e que ele lhe aparecera em sonho, pedindo para comprar flores e entregá-las á sua mãe, foi o que a colega fez. Surpreendente e parece que um pouco até eu fui motivado a escrever esse texto! A principio sem os nomes, quem sabe depois de conversar com a família, possa descrevê-los.
  Trabalhar como Enfermeiro é muito gratificante! Tenho muitas histórias, quem sabe um dia me pegarei nas minhas lembranças e começo á escrevê-las.
MARCO AURÉLIO CRESPIN 
DN;24/09/1992
 Apenas um corpo ao chão! Esse é o fim de uma vida, dedicada á família.

Um comentário:

  1. Pois é, essa menina é minha vizinha e estudou com o rapaz e tive a oportunidade de, no sabádo do dia das mães acorder e tomar um chimarrão de costume com ela e mãe e enquanto fazia as minhas unhas ela ansiosa dizia que precisava subir no centro e combrar uma flor pq o amigo em sonho pediu que ela presenteasse sua mãe. Eu como sou emotiva por natureza também me emocionei ao contar p/ minha mãe... Parabéns Flávia Rayane pela sensibilidade ao seu sonho, pois, o que poderia ser apenas mais um sonho vc fez tornar uma realidade e com certeza fortaleceu esta mãe!!

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