quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

BRINCADEIRAS DE CRIANÇA!

 
  Já faz algum tempo que não me considero mais criança! mas que saudade! Parece que foi ontem, as brincadeiras, estripulias, as artes, correiras. O tempo todo, sem parar, não sei onde arrumava tanta energia.

  Hoje me vejo muito em meu filho, o Victor! Pula com tanta facilidade e agilidade, que causa inveja. Essa semana, assístiamos juntos o Homem aranha, pensem só, se vestiu e começou a pular dentro de casa, o sofá virou os prédios e atirava teias imaginárias para todo o lado.

  No meu tempo era diferente, tínhamos lugar para brincar, não éramos tão "presos" como essa gurizada de agora! Chega dar dó, não é possível que essa infância tão enclausurada, não atrapalhe o desenvolvimento psicológico e espiritual de nossos pequenos.

  Isso foi lá pelos anos 70 e 80, "charrete que perdeu o condutor", como cantava o Raul Seixas. Que saudade tenho de ti, ó minha infância! No jardim Agua boa, onde não tinham tantas casas e muros. Hoje onde é aquele mercado da rede ABV, na Hayel Bon Faker (minha eterna rua Bahia), onde quando chovia, ficávamos na janela de casa, tentando adivinhar o nome do carro que passaria, como na época existiam poucas marcas, era mais fácil! Voltando ao mercado, que não existia na época, era a nossa floresta, onde caçávamos e brincávamos de "Tarzan", de faroeste. Tinha um campinho, onde sonhávamos em ser jogador de futebol. Na época, Pelé, Zico, Falcão, Rivelino, Sócrates e tantos outros heróis do futebol.

  A noite sem televisão, nossas famílias eram mais que obrigadas á se reunirem nas frentes das casas e observarem os movimentos das gurizadas. Estórias e mais estórias. Algumas brincadeiras, me chamavam á atenção, "cai no poço", nossa gente! Que legal que era! Tentar parar na menina que queria dar um abraço e ou talvez até um beijo, no rosto é claro, isso não tinha preço! passar anel, poder encostar suas mãos na paquerinha, tremer e amolecer as pernas, sem maldade.
 

  O tempo foi passando, á adolescência batia á porta, mudanças acontecendo, á chegada da energia em 77, um grande marco para a nossa vila. A primeira TV! Não dá para esquecer (aquela caixona grande, onde víamos o mundo todo ali), simplesmemente mágico! As músicas, como eram românticas e lindas! Como era bela á nossa vida.
 

  Hoje adulto, vivendo as coisas de gente grande, as responsabilidades e outras coisas mais, relembrei os nossos tempos de criança. Dizer que minha infância foi ótima! Éramos muito pobre, mas não tenho nada para me queixar! Os filhos não querem muito, apenas carinho e proteção. As vezes o meu filho me apronta algumas e  fico tentando entender o que ele quer dizer, por algumas vezes, deita no sofá, para dormir, vira para o meu lado e me diz; Pai! Cuida de mim! Eu me emociono, quando diz isso. E digo á ele, é claro filho.

  Gostaria muito que os muros, que hoje nos aprisiona, distanciam pessoas que se dizem seres-humanos, deixassem de existir! assim quem sabe, conheceríamos mais pessoas, nossos filhos teriam mais oportunidades de brincar, de correr, enfim de serem os nossos super-heróis. Ai sim acredito que com certeza seríamos mais felizes, não terminaria esse dia de hoje! Sabendo da morte (suícidio) de um adolescente, com a vida toda pela frente. Tirou a própria vida, por uma paixão que acredito, que não o levaria á lugar algum.

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