O TRABALHO DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

 

  O agente comunitário de saúde, é um componente da equipe multiprofissional da saúde. Precisamos deixar bem claro qual é o seu papel nessa equipe, para que a sociedade entenda o seu perfil.

O agente comunitário de saúde- ACS, é um personagem muito importante na implementação do Sistema Único de saúde, fortalecendo a integração entre os serviços da a tenção primária á saúde e a comunidade. No Brasil, atualmente, são mais de 200 mil agentes, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, com ações de promoção e vigilância em saúde.

 

  Seu trabalho é considerado uma extensão dos serviços de saúde dentro das comunidades, já que o mesmo é um membro da comunidade e possui com ela um envolvimento pessoal.       " Ser ACS é, antes de tudo, ser alguém que se identifica em todos os sentidos com a sua própria comunidade, principalmente na cultura, linguagem e costumes. Precisa gostar do trabalho. Gostar principalmente de aprender e repassar as informações, entender que ninguém nasce com o destino de morrer ainda criança..." Tereza Ramos- ACS. Recife.

   O Agente Comunitário de Saúde (ACS) resultou da criação do PACS Programa dos Agentes Comunitários de Saúde em 1991, como parte do processo de construção do Sistema Único de Saúde estabelecida por norma Constitucional em 1988, . é capacitado para reunir informações de saúde sobre uma comunidade. Na concepção inicial deveria ser um dos moradores daquela rua, daquele bairro, daquela região. Selecionados por um bom relacionamento com seus vizinhos e condição de dedicar oito horas por dia ao trabalho de ACS. Orientado por supervisor (médico ou enfermeira) da unidade de saúde, realiza visitas domiciliares na área de abrangência da sua unidade produzindo informações capazes de dimensionar os principais problemas de saúde de sua comunidade.
Com a proposição do Ministério da Saúde de 1994, quando se criou o PSF – Programa de Saúde da Família os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas situações distintas em relação à rede do SUS:
Ligados a uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família;
Ligados a uma unidade básica de Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. Atualmente (2008), encontram-se em atividade no país 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industria lizados. (O Portal dos Agentes de Saúde em Uruçuca).

  Aproximadamente em 1996 surgia em Dourados as primeiras equipes de ACS, nos bairros da Cachoeirinha e Parque das Nações. A atuação pela periferia é uma sistematização do SUS, dentro da igualdade social, levando um trabalho de excelência para as populações que mais necessitam do serviço. Com certeza esses agentes levaram a esses bairros a trans formação social, orientações e promoção á saúde. alguns anos depois surgem as primeiras equipes de saúde da família, levando um sonho de levar os pro fissionais de saúde até as casas das pessoas com dificuldade de locomoção, principalmente idosos e pessoas com deficiência. Houve nesse período uma melhora siginificativa nos indicadores de saúde do municio de Dourados.

  Os incentivos do Ministério da saúde, com certeza foi um dos propulsores desse programa. a informação e o conhecimento desse profissional, começou a entrar dentro das residências nos bairros de periferia. Muitas mulheres que até então não tinham feito nenhum preventivo, por falta de orientação começavam então a procurar as unidades de saúde. Muitas crianças que não tinham acesso as vacinas da infância, ou por negligência dos pais ou mesmo por falta de conscientização. Com certeza o maior avanço foi o atendimento diferenciado aos hipertensos e diabéticos, fornecimento dos medicamentos e as avaliações, tanto na aferição da pressão arterial como o controle sistemático da glicemia capilar. As gestantes ganharam no agente de saúde um ou uma guardiã, no apoio ao seu pré-natal, garantindo ao acesso ao pré-natal e ao conhecimento.

  Hoje o agente é com certeza um agente de mudanças! Não se pode mais falar em saúde pública sem esse pro fissional. O controle da dengue e de doenças parasitárias e entre outras. a garantia do atendimento de qualidade. o agente se tornou o grande advogado do usuário do SUS, defendendo-o e muitas das vezes protegendo-o. Há um grande equivoco por parte de algumas pessoas na comunidade, sobre a função desses pro fissionais, o pior até mesmo de alguns gestores públicos. Não conhecer a verdadeira função e o seu papel como profissional de saúde é um grande desperdício. Contratos irregulares e sem garantias que tranquilize esse trabalhador, precarizando-o e tornado-o  dispensável, acaba atrapalhando o bom andamento do serviço de saúde. Valorizá-los apoiá-los é uma obrigação do gestor público, para que dessa forma o serviço seja continuado e a população possa perceber o quanto eles fazem falta.

  Em Dourados, o vinculo trabalhista é o modelo estatutário, conseguido as duras penas, uma historia impar de luta, através de sua associação á ADACS. O salário ainda não é o que realmente desejamos para uma profissão tão importante! Mas está no caminho. O respeito das comunidades no qual estão inseridos, da administração pública já é um avanço. Melhorar as condições de trabalho e a capacitação continuada, também é uma bandeira de luta.

 

  O Agente Comunitário de Saúde, ainda é subutilizado, tanto pelo poder público como pela sociedade. Valorizá-los e não confundir seu papel é de suma importância. Eles são uma ferramenta importante de orientação, prevenção  e promoção á saúde; Grupos de caminhada, gestantes, campanhas de preventivo, saúde do homem, avaliação nutricional das crianças, os acompanhamentos aos hipertensos e diabéticos, aos idosos e deficientes físicos, as pessoas que vivem em condições de riscos, tanto á saúde como a sua integridade fisica. Valorizar o ACS é valorizar á saúde do Brasil.