quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O QUE OS PAIS ESCONDEM DOS FILHOS?

  Hoje me veio a cabeça essa pergunta! Estava ministrando uma palestra em uma escola municipal, sobre sexualidade (gravidez na adolescência, drogas e doenças sexualmente transmissíveis), já deu para perceber que o tema era riquíssimo de curiosidade, ainda mais para jovens! De repente veio a pergunta de uma jovem bastante atenta; Porque os pais não falam abertamente sobre sexo? Engasguei um pouco, pois sendo pai, também me confronto com essa dificuldade.  Não é fácil abordar o assunto, muito tabu envolvido e ainda falta preparo, tanto aos pais, como para professores e profissionais de saúde. 

  O momento certo de falar sobre isso? Ainda é muito controverso, o ambiente, se em casa, na escola ou na rua. Quem são os verdadeiros responsáveis por essa árdua tarefa? Falar sem medo de errar, sem místicas e sem preconceito! Como? Eis a questão. Acredito e foi o que disse, a puberdade é o melhor momento. É na puberdade que acontece as transformações no corpo, tanto da menina como do menino (começam a surgir os pelos pubianos, o aparecimento do seio na menina e aflora também certos desejos, mesmo que infantis ainda, mas é nessa hora que necessita de uma boa intervenção). Esse momento é ímpar na vida da pessoa e muito confuso, pois tudo vem ao mesmo tempo, as novidades do corpo, os hormônios a todo vapor, enfim esta quase na hora de deixar o "casulo" e se tornar um adulto.

  A próxima pergunta é; O que fazer agora? Como pai de duas filhas aguardei a primeira menstruação (não estou dizendo que é o momento certo), cada pessoa e cada genitor tem a sua característica, no entanto não tem receita para isso! Usar o bom senso e se atualizar sobre o tema se faz necessário, até para não falar besteira, pois o jovens de hoje possuem muita informação e muita rápida (internet). Falar sobre sexualidade ainda é complexo, dá medo e o nó ainda insiste em ficar na garganta. Iniciar falando das responsabilidades, tanto dos meninos como das meninas, sobre as doenças que estarão expostos, caso sejam negligentes no ato ou na ação! Dizer que as drogas tanto licitas como ilícitas, prejudicam muito o senso de responsabilidade, a gravidez na adolescência é um problema de saúde pública e que trás transtornos tanto para os aventureiros, como para o pai e a Mãe. Trazendo consequências para toda uma vida! Atropelar os momentos da vida é como pular de um despenhadeiro e torcer para não se machucar.

  Essa semana fui procurado por uma mãe em desespero, pois o filho de apenas 17 anos, engravidara uma menina de 14 anos. O namora havia começado há 3 anos atrás, tanto com o consentimento dos pais do garoto como da menina. Tudo não parecia muito normal, mas aceitar era o caminho! Mas agora grávida, os estudos teriam que parar, ou pelo menos ficaria muito mais difícil, o rapaz, que já havia comprado sua moto, estava pagando, iria para o quartel, fazia mil planos de como seria sua vida. A negligência de ambos, acabou atropelando as fases da vida, uma criança está por vir, para que duas crianças o eduque, como será isso? Infelizmente, cada dia que passa acontecem mais historias como essa. Precisamos nos desarmar das velhas práticas de achar que conosco não acontece isso, que apenas o vizinho é que convive com essas dificuldades. As drogas, DSTs e gravidez na adolescência, estão todos os dias rondando nossos quintais e para ser mais preciso, dependendo do que você esconde dos seus filhos, com certeza pode estar dentro da sua casa! Filhos se perde dentro de casa! Não se esconda do seus filhos. Encare de frente e peça ajuda se necessário, mas não fuja do assunto.

  Não pode dar amor, quem não recebeu amor! Essa é uma frase muito impactante, mas é a realidade. Portanto se não teve uma educação e um lar, que produzisse esse tipo de ação, a reação será completamente diferente dos padrões da sociedade. Não espere que as escolas eduquem nossos filhos, são nossas joias preciosas, no entanto, somos nós que devemos assumir o controle da situação. Não entregá-los ao computador, jogos de videogames e outras distrações que não sejam monitoradas pelos pais, passando pelo crivo da responsabilidade, para que não atropelem as fases da vida e tenham do se arrepender depois, ou até mesmo responsabilizar os pais pelas suas frustrações futuras. Jogo aberto! Cartas na mesa e um amor, capaz de mudar a vida dos seus filhos, essa é a esperança.

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