domingo, 8 de setembro de 2013

O ESQUIZOFRÊNICO QUE SOU!!!




  Como realmente seria a esquizofrenia? Um mundo de imaginações, um ciclo do real ao imaginário. Visões e vozes, que podem ser aterrorizadoras e ou de paz, a bipolaridade do ser! Assistindo hoje o filme "uma mente brilhante", me lembrei de um dia que simplesmente "esqueci". Podia escrever sobre um homem, que se perdeu em um labirinto, dizendo a todos que estava no rumo certo, sei lá de repente esse sofre de algum tipo de esquizofrenia, mas falar dele ainda é cedo, então falarei de mim, esquizofrênico que sou.

  Era o dia 2 de Novembro do ano de 2006, como de costume de todo sábado e como um bom atleta de fim de semana, fui ao campo jogar aquele futebol! Mal sabia que seria um dia para não se lembrar, desses que queremos esquecer, pior que não lembro mesmo. Os fatos a seguir são contados por pessoas que me acompanharam nesse fatídico dia; Eu e o meu inseparável companheiro de futebol e de "biritas", Albacir ou "Alba", para os mais próximos! Jogamos a tarde toda ali o campo da "CONAB", segundo conta, com a minha habilidade maestral com a redonda e com o auxilio de um opositor, tropecei e cai, batendo a cabeça não muito forte no chão, mas o suficiente para uma concussão (é um dos tipos de traumatismo craniano que resulta em alterações neurológicas temporárias). Ainda joguei mais alguns minutos, cabeça dura que só vendo! Acabou a rodada de jogo sentei-me ao chão na beira do campo, conversando quase que normalmente com os colegas. Estava de carona de moto, fomos embora e passamos em um bar de um amigo, para comemorarmos o nosso sábado, pedimos cerveja, cinco fichas de sinuca, já estava sob o efeito da concussão e ganhei três partidas do Albacir, como o cara é ruim de sinuca.

  Falava desconexadamente e nem cheguei a beber a cerveja que colocara no copo! Ao perceber o amigo me chamou para irmos embora, de pronto aceitei, já não mandava mais em mim, apenas cumpria ordens. Chegando em casa, falando coisa como coisa, minha esposa estranhou muito! Começou a indagar o amigo, do que tinha acontecido e desesperada começou a raiar comigo; Perguntou-me, sabe que sou sua esposa? sem me lembrar de nada disse, que deveria ser minha mulher, pois "brigava comigo". De repente olhei a sua barriga e com uma estranheza sem tamanho, perguntei; Você esta gravida? Ela acenou que sim, perguntei; Quem é o pai? Sério mesmo! Hoje todo mundo ri, quando lembram, mas no dia era muito cômico. Me arrumaram e me levaram ao PAM, chegando lá começou os sintomas da concussão mais frequentes; Amnésia temporária e surprendentemente rápida, ou seja cumpri mentava a mesma pessoa dezenas de vezes, como se a muito tempo não a visse, bastava virar as costas e pronto! Estava a cumpri mentar como se fizessem anos que não via  a pessoa. Era muito engraçado, riam de mim e ao mesmo tempo se preocupavam, pois a cada momento intensificavam as crises.

  A médica de plantão me avaliou e ficou muito preocupada e me encaminhou ao hospital Evangélico. No caminho ao hospital, passamos pelo shopping que inaugurara recentemente, olhando aquele monte de luzes, perguntei; O que era aquilo? Me responderam o que era, exclamei, mas já inauguraram? No hospital fiquei em observação, aguardando exames que teriam que ser feitos no outro dia, horas se passaram e angustia tomava de conta, minha esposa pediu alta a pedido, me levando para casa. Todos brincavam comigo e ao mesmo tempo se angustiavam. Cheguei em casa e olhando para o meu carro vi um adesivo de politico no vidro, perguntei; que homem feio era aquele que estava no carro? E tinha acabado de chegar e na frente dele perguntei novamente, era o Ari Artuzi que tinha ganho as eleições de deputado recentemente, foi uma piada só! No outro dia de manhã, fui acordando com uma voz bem longeee me chamando; Vado, Vado, Vado e aquela voz vinha chegando mais perto, acorda, acorda, acorda você tem que ir no HU, fazer uma tomografia, assim falava minha esposa, retruquei; Deixa eu dormir! Ela me disse; Bateu a cabeça ontem e precisa fazer o exame! Ai me dei conta de que minha nuca doía muito, ela foi me contando o que havia acontecido no dia anterior e como fui atendido, no PAM e no hospital. De pronto não aceitei ir fazer o exame, me limitei a consultar com o neurologista, que tranquilizou-me, dizendo que era apenas uma concussão e que não era grave. Esse dia foi deletado das minhas lembranças. Assim seria o mundo de um esquizofrênico, entre o real e o imaginário. Pensamos que estamos no rumo certo e de repente, nos encontramos em labirinto sem saída.

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